quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Movimento Estudantil e a Tecnologia da Informação!

Com muita atenção tenho acompanhado a movimentação de jovens acadêmicos de nossa cidade na luta pelo passe livre para os estudantes. Acredito ser salutar e importante que a juventude resolva “sair do sofá” e ganhar as ruas gritando palavras de ordem, tentando sensibilizar o poder público, para que este venha legislar sob a ótica que o movimento estudantil apregoa.

Porém, gostaria de neste artigo colocar a classe estudantil minha ótica, penso que seja realmente importante discutir, o que até o momento não o foi por nenhum membro destes movimentos organizados, a qualidade na educação e como alcançá-la utilizando ferramentas de tecnologia da informação.

Estamos no século 21, porém muitas pessoas ainda não deram conta disso, pois continuam agindo e tomando decisões baseadas em velhos paradigmas da revolução industrial, falando em: mais valia, burguesia, proletariado, somente para citar alguns exemplos. Questões amplamente discutidas no século 20, que estão completamente fora de contexto no momento atual, na qual as empresas e os empregados estão se unindo para superar a maior crise econômica já enfrentada.

Faço estes comentários para afirmar que o acesso à informação neste século não pode ser discutido apenas no campo do custeio do transporte escolar para os alunos, isto pode ser até relevante para alguns, porém não é o foco principal. E qual seria o foco principal, poderiam estar se perguntando os mais céticos? O foco principal deve ser a utilização desta energia do movimento estudantil para algo que realmente irá mudar o futuro destes jovens, qual seja uma política pública digna de acesso à informação digital.

Não necessitamos estar fisicamente em um local, chamado universidade, para adquirirmos conhecimento. Com o advento da tecnologia é possível cursar uma formação à distância de diversas formas. Entre os meios mais comuns está internet, televisão e rádio. Também há cursos transmitidos via satélite e videoconferência.

Através da internet os jovens podem comunicar-se com o mundo. Utilizando estes mecanismos estão surgindo faculdades à distância, as quais têm a mesma carga horária de uma faculdade normal, sendo que você pode fazer o curso inclusive em casa, basta ter acesso à internet.

Além de transpor barreiras geográficas, o ensino à distância (EAD) também tem como vantagem a flexibilidade de tempo. Os cursos à distância, desde que reconhecidos e autorizados pelo MEC, têm plena validade para todos os fins legais. Assim, sendo uma instituição autorizada, o diploma conferido gera os mesmos efeitos de um curso realizado em uma instituição qualquer pelos métodos tradicionais (presencial).

Não há qualquer vedação. O diploma do curso a distância é válido e regulamentado pela Constituição, através do Decreto 5.622, de 19/12/2005 (que revoga o Decreto 2.494/98), que regulamenta o artigo 80 da Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Já dizia Ulysses Guimarães “Ou mudamos nós ou seremos mudados”. As bandeiras de luta do movimento estudantil estão equivocadas, é preciso ousar. É necessário que os jovens se unam em torno de uma proposta para levar núcleos de acesso à internet para os bairros, núcleos estes que poderiam ser transformados em centros irradiadores de conhecimento.

Além disso, estes núcleos poderiam através de convênios com instituições que ministram ensino à distância fazerem parcerias com o Governo Municipal, Estadual e Federal, levando estes cursos técnicos e superiores aos bairros de Joinville e região como um projeto piloto. Estes jovens seriam formados através do ensino à distância, qualificando estes profissionais, lá no bairro, pois é lá que as coisas acontecem.

É possível transformarmos nossas escolas, principalmente as estaduais, as quais trabalham com o Ensino Médio, em pólos tecnológicos de ensino à distância, melhorando e muito a formação destes jovens, basta que isto seja uma prioridade de governo e para que isso ocorra faz-se necessário a movimentação da classe estudantil, fazendo grupos de pressão para algo que realmente mudará seu futuro!

Artigo Publicado no Jornal dos Bairros – Edição 2307-252
Autor : Gilberto de Souza Leal Júnior

2 comentários:

  1. Olá Jnior, gostei muito da idéia, eu mesma sou exemplo estou 4º fase de ADM e tive que trancar, pois no tenho mais condições de pagar uma faculdade presencial, pois custa 600,00 fora todo os gastos extras com transporte, esse ensino a distancia nos bairros seria uma ótima ideia até porque nem todos tem acesso a internet em casa.

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  2. Obrigado Katia. É bom saber que outras pessoas também compartilham com minhas idéias. Um dia com certeza conseguiremos colocá-las em prática ! Um abaço. Gilberto de Souza Leal Júnior.

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