segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES EM JOINVILLE, JÁ !

Escritos de Aristóteles e Hipócrates, que datam do século IV a.C. já referenciavam as doenças transmitidas pelos animais ao homem, porém, somente com a descoberta pela ciência das características de certas bactérias e outros organismos, que puderam ser realizadas algumas analogias entre muitas doenças contagiosas entre os homens e os animais.

Somente no século XIX, o Médico Alemão Rudolf’ Wirchow introduziu na literatura médica o vocábulo ZOONOSES, palavra originária do grego, sendo seu prefixo “zoon” significando animal e o sufixo “nosos” doenças, fazendo uma tradução literal teríamos “doença animal”. Somente em 1966, após a realização "3º Encontro de Peritos em Zoonoses da Organização Mundial da Saúde", conseguiu-se chegar a um consenso, definindo-se as zoonoses como: "as doenças e infecções naturalmente transmissíveis entre os hospedeiros vertebrados e o homem".

Segundo SCHWABE (1984), “as zoonoses na atualidade constituem os riscos mais freqüentes e mais temíveis a que a humanidade está exposta, relacionando-se neste contexto cerca de 150 doenças até 180”.

Por isso, necessita-se de uma política pública que dê mais atenção ao tema, se faz necessário retomarmos os trabalhos para instalação imediata em nossa cidade do CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, projeto este já realizado em anos anteriores e que pela falta de planejamento, empecilhos de toda ordem com relação ao local de instalação, os recursos que já estavam alocados, foram perdidos.

Faz-se necessário que este trabalho seja resgatado, pois estamos muito atrasados em relação a este quesito, se tomarmos como base outras cidades do mesmo porte da nossa.

Em nossa cidade uma associação denominada ABRIGO ANIMAL, já desenvolve um ótimo trabalho no que diz respeito à recepção e guarda de cães e gatos abandonados, sendo que os mesmos, após receberem um tratamento adequado, são encaminhados para a adoção.

Portanto, com relação a cães e gatos, além da necessidade de criarmos nosso tão esperado CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, urge que além dos recursos alocados através de verbas de subvenção, que já vem sendo realizado atualmente, que seja realizada uma parceria ainda maior com esta entidade e outras Organizações Não Governamentais (ONG´s) que fazem trabalhos semelhantes, pois elas já possuem o conhecimento e a prática da atividade, e todo “now-how” necessário para desenvolvê-la, ficando o poder público apenas como órgão fiscalizador do trabalho, sendo assim, tenho a certeza que obtermos resultados surpreendentes nesta área, num curto espaço de tempo.

Porém, não são apenas cães e gatos que seriam atendidos pelo CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, outras ações também devem ser desenvolvidas como: Controle de Roedores e da Leptospirose, Controle de Animais Peçonhentos, Controle de Quirópteros (morcegos), etc... Vale lembrar a necessidade do desenvolvimento de atividades de orientação à população e aos profissionais de saúde, como noções gerais sobre as zoonoses emergentes, como é o caso aqui em Joinville dos caramujos africanos cuja proliferação se agrava a cada dia.

Além disso, temos nossas universidades, as quais através de um convênio com a Prefeitura, poderiam utilizar este local para a prática de pesquisa e extensão pelos alunos, os quais buscariam encontrar novas soluções, apoiados além de professores experientes, também por excelentes profissionais alocados neste equipamento público, buscando sempre, o bem-estar do animal, sendo esta a nova visão que deve ser desenvolvidas nos CENTROS DE CONTROLES DE ZOONOSES.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) é categórica ao afirmar a necessidade de programas de esterilização utilizados no combate às zoonoses e a proliferação de animais de rua. E para alcançarmos estes objetivos, temos que desmistificar a visão equivocada de que o CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, é um “abatedouro de animais“, direcionando as verbas orçamentárias para campanhas de orientação a população, esterilização, vacinação e adoção dos animais, sendo estes os princípios basilares que deverão nortear o CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES, não somente em Joinville como em todo o país.
Artigo Publicado no Jornal dos Bairros - edição semanal - data: 11/02/2010
Autor: Gilberto Leal

Onde está a Política Nacional de Internação Domiciliar?

A internação domiciliar, ou home care, é uma modalidade de atendimento ao paciente realizada em sua própria casa. Esta atividade iniciou nos anos 60 nos Estados Unidos como uma alternativa para os altos custos hospitalares e redução dos altos índices de infecção hospitalar. Estatísticas apontam que existem hoje nos Estados Unidos cerca de 8.000.000 (oito milhões) de pessoas atendidas através das internações domiciliares e este benefício é coberto por todo tipo de plano de saúde privado e oficial.

No Brasil, a atividade iniciou em 1994, inicialmente com característica de enfermagem em casa e posteriormente evoluindo para internação domiciliar. Segundo a Associação brasileira das Empresas de Medicina Domiciliar (ABEMID), existe no Brasil atualmente cerca de 4.000 pacientes em atendimento domiciliar, o que demonstra que esta modalidade de atendimento não é utilizada em nosso país, mesmo com a implementação em 2006 da Política Nacional de Internação Domiciliar.

O Ministério da Saúde em 2006 elaborou a portaria número 2529 que unificou todas as outras normas já editadas com relação a internação domiciliar e instituiu o home care. A lei prevê diversos direitos e obrigações para o fornecedor e para o usuário de saúde e elenca os cuidados médicos suscetíveis de internação hospitalar tais como: necessidade de ventilação mecânica, monitorização contínua, enfermagem intensiva, necessidade de tratamento cirúrgico em caráter de urgência e outros. A portaria foi uma norma muito importante para a efetivação do serviço no âmbito público.

Além disso, o artigo 196 da Constituição Federal é bem claro ao afirmar que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Portanto, mesmo que muitos não saibam, a internação domiciliar é regulamentada no Brasil, e os usuários do sistema único de saúde (SUS) têm direito ao procedimento, basta que os médicos recomendem os cuidados no lar.

No entanto, ainda que o direito seja previsto e o médico receite o ambiente domiciliar para tratamento do paciente, o poder público ainda não ofereceu mecanismos de efetivação da medida, restando como única alternativa neste caso buscar através de ação judicial este direito cerceado pela ineficiência da máquina pública.

Vale ressaltar que, se houver um pedido médico, o hospital público ficará responsável pelo transporte e pela equipe de monitoramento do paciente em ambiente domiciliar, bem como todos os acessórios para a ampla satisfação das necessidades do mesmo.

Com relação aos planos de saúde, a regra é verificar o contrato assinado com a empresa prestadora do serviço para verificar se está contemplado este tipo de atendimento, porém há inúmeras jurisprudências em vários tribunais brasileiros concedendo os direitos a este tratamento, desde que seja referendado pelo laudo médico, o qual é peça fundamental na decisão dos juízes, independente de ser através do SUS ou de um plano de saúde.

Estatísticas demonstram que o número de idosos no país crescerá muito nos próximos vinte anos, manter o atual sistema centrado na hospitalização significará criarmos uma maior superlotação de nossos hospitais ocupados por doentes idosos, com doenças crônicas-degenerativas o que aumentará e muito os custos da assistência a saúde e se nada for feito agora, a tendência é que a superpopulação em nossa rede hospitalar atinja números astronômicos nos próximos anos.

Como bem sabemos pelo que está estampado nos jornais todos os dias, os maiores problemas com a saúde pública brasileira dizem respeito as dificuldades relacionadas ao atendimento da população, isto é, grandes filas para atendimento básico de saúde, indisponibilidade de leitos para a população que depende do sistema publico de saúde (SUS). É exatamente neste ponto que o Programa de Internação Domiciliar (PID) visa aperfeiçoar, buscando racionalizar a utilização dos leitos hospitalares e os custos da atenção com enfoque na promoção e prevenção à saúde e na humanização da atenção ao paciente, sendo esta uma modalidade alternativa e complementar ao modelo atual que poderá contribuir e muito para a melhora na saúde pública do país, basta que sejam elaboradoras políticas públicas visando alcançar este objetivo.

Artigo publicado no Jornal dos Bairros – Edição Semanal – data: 03/02/2010
Autor: Gilberto Leal
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS VÃO AS URNAS !

Acontecerá nos dia 23 e 24 de fevereiro a eleição para escolher os novos membros do sindicato dos servidores públicos de Joinville. A disputa promete ser apertada pois cinco (5) chapas buscam os votos de aproximadamente 6.000 funcionários sindicalizados.

Esperamos que o processo eleitoral aconteça com tranqüilidade e que não “descambe” para ataques pessoais aos adversários, para que o processo democrático transcorra normalmente e que vença aquele que conseguir transmitir suas idéias, que tenha propostas exeqüíveis e que acima de tudo, seja confiável e que esteja aberto ao diálogo com a categoria.

Muitos são os desafios a serem enfrentados pela nova diretoria, dentre elas podemos citar: a retomada das negociações com relação ao plano de carreira do magistério, dar mais transparência as ações do sindicato, revisar o estatuto dos servidor corrigindo algumas imperfeições, e também fazer um amplo debate com a categoria em relação a quantidade excessiva de servidores endividados que a Prefeitura possui.
É público e notório que quem está com problemas financeiros, não consegue pensar, racionar, tomar decisões e portanto urge que a administração do sindicato tome providências e busque juntamente com a Prefeitura uma solução viável para este problema, pois este é o efeito colateral da liberação desenfreada de empréstimos ao servidor ao longo dos últimos anos e que agora começam a aparecer as conseqüências.

É necessário também que a nova administração do sindicato descentralize suas ações, estando mais próximo do servidor, que seja mais transparente, e que envie informações semanais de suas atividades, publicando suas receitas e despesas no site, para que o servidor saiba onde está sendo aplicado seu dinheiro. É isso que o servidor deseja, pois é ele que através de suas contribuições, obrigatórias (anuais) e facultativas (mensais), mantém o sindicato financeiramente estruturado!

A ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNCIPAIS (ASPMJ) e o SINDICATO DA CATEGORIA (SINSEJ) devem trabalhar em conjunto, como parceiros e não como rivais, pois esta união de esforços é fundamental para ampliar a qualidade de vida do servidor público municipal, o que trará como conseqüência um atendimento ainda melhor à população Joinvilense.

Para finalizar, a mescla entre EXPERIÊNCIA e RENOVAÇÃO, me parece a mais aceitável das propostas apresentadas, pois é preciso renovar sim! Porém, temos que ter a consciência de que os novos membros do sindicato que estão chegando, cheio de vontade, de garra, com idéias novas, e que com certeza farão a “oxigenação” que o sindicato precisa, devem estar afinados com os mais experientes, para que através deste equilíbrio, possam administrar o sindicato da melhor maneira possível.

Artigo publicado no jornal dos bairros - edição semanal 27/01/2010
autor: Gilberto Leal